domingo, 1 de março de 2009

Casos de desaparecimentos desafiam a ...











Casos de desaparecimentos desafiam a polícia [Midiamax 19/02/2009  08:50 h]
 Fonte: http://www.midiamax.com/view.php?mat_id=471487
Alessandra Carvalho








Alessandra Carvalho/Arquivo das famílias



Quatro famílias de Campo Grande e uma de Sidrolândia unem-se na angústia da mesma causa:  estão há vários dias procurando um parente desaparecido. Uma criança, dois adolescentes, um rapaz e um idoso não foram mais vistos, nem deram notícias, não há pistas de que estejam vivos ou do que possa ter acontecido com eles. Apesar do empenho da Polícia, de familiares e amigos, o que há dia após dia é a tristeza da espera e a dor da dúvida.

Deividson Rafael Silva Oliveira, 21 anos, é o último caso de desaparecimento em Campo Grande. Hoje faz três dias que ele saiu do trabalho, em um supermercado no bairro Carandá Bosque, passaria em uma casa lotérica fazer uma aposta, no caminho, e em seguida iria para casa, no Jardim Colúmbia. Deividson saiu 15h20 da segunda-feira do trabalho, a pé, e nunca mais foi visto. Não levava nada, a não ser o cartão de ônibus. Transcorridas 24 horas de seu desaparecimento, a Polícia iniciou as buscas.

A mãe de Deividson, Francisca de Assis Silva de Oliveira de 42 anos, resume o drama e a dimensão da dor que a assola. "Quero meu filho de volta, ele é meu único filho homem. Estamos morrendo de aflição. E muito triste não conseguir nenhuma notícia. O meu filho era bonito, educado, trabalhador", diz chorando.

A pior tortura é a psicológica. Sem ter mais no que pensar, o pai de Deividson, José Batista de Oliveira, de 49 anos, agarra-se às fotografias do filho para mantê-lo vivo na lembrança. "É difícil ver a minha família triste, ficamos olhando as fotos do álbum familiar e não acreditamos. Somos pobre, ninguém liga e nem dá notícias, não sabemos se é algum seqüestro relâmpago ou se é algum tráfico de órgãos. Não consigo entende,r não temos nada."

Namorados

O outro caso cheio de mistério é do casal de namorados, os adolescentes Wellington Afonso dos Santos Aguerro, de 14 anos e Naiara Ribeiro Lucas, de 17 anos, desaparecidos desde a madrugada de domingo (8). O casal foi visto pela última vez às 4 horas do domingo (8), em um ponto de ônibus na frente da casa dela, no bairro Nova Lima. Hoje o desaparecimento completa 11 dias. 

Os pais do casal, Wellington Afonso dos Santos Aguero, de 14 anos e Naiara Ribeiro Lucas, de 17 anos, estão angustiados. A mãe de Naiara, Neusa Gavinis e Sueli Fernanda Afonso, mãe de Wellington, descartam a possibilidade dos filhos terem fugido para namorar.

"Não há nenhuma pista, ainda. A angústia é muito grande", comenta a mãe do Wellington, Sueli Fernanda Afonso. Os celulares dos dois continuam desligados. Eles não levaram roupas, documentos e dinheiro. O casal não fez nenhum contato com a família. Amigos e familiares espalham cartazes com a foto do casal pelos bairros, em busca de notícias. Wellington trajava blusa branca, short cinza e tênis branco. Ela usava blusa rosa, e short branco e chinelo cor-de-rosa.

Dudu

Outro caso emblemático já se arrasta há mais de um ano. Até agora a polícia não conseguiu elucidar o desaparecimento do menino de 10 anos, Luiz Eduardo Gonçalves, que morava no Jardim das Hortênsias, com o pai e os irmãos. No dia 22 de dezembro, véspera do Natal, ele sumiu de casa. O pai, vendedor de salgados Roberto Gonçalves, de 60 anos, e a mãe, a salgadeira Eliane Aparecida, de 32 anos, não perdem a esperança de encontrar o filho vivo.

Idoso

Jalphe Pereira Borges, de 72 anos, é mais um número na estatística dos casos não solucionados de desaparecimentos. Jalphe morava há cinco meses com o filho Edemir e a nora Ivonete Borges, na Chacara Tapera, no município de Sidrolândia. Ele desapareceu no dia 24 de novembro de 2007, saiu de casa para tratar do gado e levar as vacas até um mangueiro, que fica há 50 metros da Chácara. E nunca mais voltou. Hoje completam-se 452 dias.

Naquela mesma tarde, a filha Vânia Lúcia Faustina tinha conversado com o pai e a cunhada Ivonete, em um roda de terere. "O meu pai não tinha motivos para sumir da família. Ele estava bem, morando com meu irmão. Não sabemos o que aconteceu".

Ele estava trajando uma camiseta pólo vermelha, calça jeans e chinelo. Os documentos levava no bolso da calça. Não levou roupas e nem o cartão da aposentadoria.

Depois de um ano do desaparecimento, a família foi buscar informações no INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) para verificar se o benefício da aposentadoria havia sido sacado nos últimos dias e teve uma surpresa. "Cheguei na agência e fui informada que a aposentadoria do meu pai havia sido suspensa por óbito. Sendo que ninguém da minha família possui este atestado de óbito e muito menos pista da vida do meu pai", comenta.

O tempo passa e o caso está caindo no esquecimento. A outra filha do Jalphe, Maria Izelina Faustina, comenta que o pai já foi procurado até dentro do mato. "Recebemos uma informação que o corpo do meu pai havia sido enterrado numa chácara em Sidrolândia. E nunca tivemos resposta e indícios que isso seja verdade e não vamos desistir enquanto tivermos uma resposta verdadeira", argumenta.


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