sábado, 15 de agosto de 2009

Congresso lembra 30 anos do primeiro ...

Congresso lembra 30 anos do primeiro transplante de medula


Centros transplantadores pedem mais leitos, infra-estrutura e equipes especializadas

  05/08/09 às 13:34  |  Redação Bem Paraná

 


HC da UFPR é referência nacional na especialidade (foto: Divulgação/HC)

Há 30 anos era realizado no Brasil o primeiro transplante de medula óssea (TMO) da América Latina. A data, o impacto que ele causou na medicina e os avanços alcançados na área serão lembrados a partir de hoje até sábado, no 13º Congresso Brasileiro sobre a especialidade, em Curitiba.


Com o evento, os centros transplantadores pretendem chamar a atenção para a falta de leitos (que inclui infra-estrutura e equipe especializada) enfrentada pelos pacientes que precisam do transplante, mesmo entre aqueles que já conseguiram doador. O problema reduz as chances de sucesso do procedimento, diminuindo a sobrevida do transplantado.


O hematologista Ricardo Pasquini chefiou a equipe multidisciplinar do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná responsável, em 1979, pelo primeiro TMO. Ele é também o presidente do 13º Congresso Brasileiro de Transplante de Medula Óssea, que está sendo realizado no Estação Embratel Convention Center, em Curitiba. O especialista diz que atualmente avançadas técnicas de transplantes aumentam as chances de sobrevida para várias doenças incuráveis. Entre os transplantados com doadores não-aparentados, por exemplo, as chances de cura chegam a 40% - um índice de extrema relevância.  


Além disso, o domínio da ciência permite que portadores de outras formas de doenças possam ser salvos pelo transplante. Por esses fatores, Pasquini sugere que essas pessoas tenham acesso ao tratamento também por planos de saúde. Isto, na visão do especialista, reduziria o ônus financeiro ao estado e, principalmente o ônus social para as pessoas que não recebem tratamento no momento mais adequado reduzindo suas chances de sobrevida.


Problemas de leitos


Pasquini diz que existe um importante esforço por parte do governo federal, no sentido de recrutar doadores não-aparentados e de registrá-los formalmente no Registro Nacional de Doadores de Medula (Redome), assim como de oferecer ao paciente os novos tratamentos e exames especializados. Porém, destaca que os centros transplantadores passam por um período de dificuldades, por falta de maior aporte de recursos.


Sem a remuneração devida, aumenta a demanda reprimida, ocasionada por falta de leitos - o que não se resume a simplesmente aumentar o número de camas em hospitais, mas instalar uma estrutura de apoio completa para atender o paciente. A situação é mais grave entre os pacientes não-aparentados, que necessitam de tratamento especializado. 


Luiz Fernando Bouzas, coordenador do Centro de Medula Óssea do Inca, reconhece que o Brasil enfrenta problemas ocasionados pela falta de leitos.  Enfatiza que a instalação de um leito hospitalar e de toda a estrutura necessária ao seu funcionamento é de extrema complexidade e demanda investimentos altos. Apesar disso, entende que essa área registrou progressos. Em 2003, o país tinha apenas dois centros transplantadores; hoje são mais de 52.  


O coordenador estará em Curitiba para falar, entre outros assuntos, sobre os números recentes de cadastrados no REDOME - Registro Nacional de Doadores de Transplantes de Medula Óssea. Pelo último balanço do REDOME, a marca já chega a 1,3 milhões de pessoas cadastradas, o que ratifica a sua condição de terceiro maior registro de doadores de TMO do mundo. Com isso, segundo o coordenador, aumentam as chances para se encontrar um doador compatível aos pacientes que precisam do doador não-aparentado. 



fonte: http://www.bemparana.com.br/index.php?n=116692&t=congresso-lembra-30-anos-do-primeiro-transplante-de-medula


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